Na tarde desta quarta-feira, o BPI anunciou em conferência os números do primeiro semestre de 2017. Detido em 84,5% pelo CaixaBank, a instituição financeira destacou a quantidade de imóveis obtidos por recuperação de crédito.
No final de junho, o BPI tinha mais de mil imóveis avaliados em um total de 102 milhões de euros, 79 milhões líquido, para vender. Nesse mesmo período, o Novo Banco tinha apenas 2,4 milhões de euros em imóveis com as mesmas condições.
O BPI alavancou a taxa de imóveis com os incumprimentos dos créditos imobiliários. Mais de 113 habitações foram provenientes da falta de pagamento. Só as imparidades destes somam cerca de 22 milhões de euros.
A carteira de crédito do banco tende a estabilizar. Mas destaca-se que um dos motivos é a contratação de novo crédito à habitação, que aumentou 19% para 494 milhões no semestre. Foi a venda de 280 casas somando 40 milhões de euros que impulsionou a instituição no primeiro semestre. Antes os resultados de impostos foram negativos em 54 milhões, de acordo com a metodologia do CaixaBank.
Em termos de exposição líquida a Fundos de Reestruturação e Fundos de Recuperação Empresarial, o BPI fechou o semestre com 61,3 milhões de euros – 92,4 milhões e imparidades de 33 milhões. O BPI já era o melhor banco do mercado em termos de malparado, ou de ausência dele, entretanto, agora sob tutela do CaixaBank essa característica foi potencializada.
Mudança de cenário
O corte de custos recorrentes ajudou o banco a recuperar força. Sem contar as rescisões voluntárias e as reformas antecipadas, a instituição conseguiu diminuir 8,5% dos gastos, um total de 22 milhões de euros recuperados.
O banco optou por fazer uma redução de pessoal, eliminando 617 trabalhadores do quadro de pessoal. Ontem, Pablo Forero, o novo CEO do BPI que substituiu Fernando Ulrich, afirmou que o futuro corte de custos será mais em pessoas.
“Não há necessidade de fazer mais programas de saídas de pessoal e nos próximos anos haverá apenas saídas naturais”, tranquilizou Forero. “Depois de tantos meses de dúvidas, de mais de um ano a falar destas coisas, é importante terminar com as incertezas. Estamos na situação em que queremos estar para futuro”, concluiu.
O BPI tinha, no final de junho, 5.406 trabalhadores em Portugal. Depois das saídas já anunciadas ficará com 4.875 funcionários.